domingo, 13 de dezembro de 2009

Perdão, desconhecido...

Há momentos em que ela é como uma árvore seca. Não por falta de cuidados, mas por negar-se a produzir beleza, prazer, aconchego, simplesmente porque isso poderia beneficiar, minimamente, alguém a quem ela não quer ver sorrir.
Em outros, ela é um animal que não chega a ser feroz, o que seria mais honesto, mas traiçoeiro. Não peçonhento não claramente perigoso; pior muito pior.
Seu veneno não abate de chofre, de forma letal; ele é disseminado em torno daquela que é seu alvo. Não mata a vítima, mas aniquila tudo que ela preza, o que lhe é mais caro. Tem consigo a certeza que, desta vez, atingiu-a mortalmente, privando-a de tudo. Convenceu-se, também, que ninguém, nem mesmo a vítima sabe quem ela verdadeiramente é.
Assim, como uma raposa, embora menos esperta, evita confrontos, ludibria, calcula e espera que a vítima pereça por falta de.
Subitamente a vítima crê enxergar nela um sinal de esquecimento, de mudança de alvo. Tolamente pensa: enfim!
Entretanto, num olhar mais atento, a vítima se dá conta: o que tomara como esquecimento era, na verdade, o surgimento de novas idéias, novos caminhos para, desta vez, acertar, destruir.
O veneno antes disfarçado, maquiado, torna-se evidente no olhar, no gesto.
O desânimo se abate, mais uma vez, sobre a vítima, que percebe-se rogando a Deus que outrem a substitua e, ao mesmo tempo, suplica-lhe perdão pelo mal desejado ao infeliz desconhecido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário