quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ausência

Acordar, olhar o sol, admirar o lindo dia e agradecer por tudo seria o certo, o correto, o que todos e tudo nos ensinaram a fazer sempre. Imagino seu olhar triste meu caro amigo, ao saber que hoje eu não queria acordar, mas como não tinha opção, o fiz sem notar o sol, pouco me importei com a beleza (ou não) do dia e suportei o que veio pela frente, ansiando pelo anoitecer.
Como você sabe amigo, as sombras nunca antes me seduziram e sempre quis mais e mais sol.
Tampouco a cama, como refúgio, me atraía, mas sim estar exposta para a vida, o novo, a ânsia pelo que viria.
Até o dia em que o que veio não era bem vindo e tirou-me a vontade, lacerou-me o espírito fazendo com que eu me perdesse de mim, transformando as crenças em dúvidas, as certezas em medos, o riso, mesmo quando suave, em pranto doloroso.
E de tudo ficou um imenso e profundo silêncio.
E, dor maior do que você não estar lá, meu amigo, era a consciência de que nunca mais estaria.
O único capaz de me confortar por tão grande dor, não estava lá, pois estando não haveria necessidade de consolo.

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